Letícia Coura é artista.
Cantora, compositora, escritora, atriz e preparadora vocal, e toca violão e cavaquinho.
Mestre em artes cênicas pela Universidade de São Paulo – USP 2021. Doutoranda na mesma área pela USP, com defesa prevista para 2026.
Lançou dois discos solo: Bam Bam Bam (Dabliú Discos, 1998) tem composições próprias e de autores como Pixinguinha, Carmem Miranda, Lupicínio Rodrigues e Monsueto; e Letícia Coura canta Boris Vian (Dabliú Discos, 2001) traz versões suas em português para canções do poeta e trompetista francês Boris Vian, mescladas com as originais em francês. Lançou também dois discos em parceria com a cantora e compositora Adriana Capparelli – Ao Contrário e Aos Contrários (Tratore, 2012) – e desenvolveu ainda trabalho em parceria com a banda alemã Schnaftl Ufftschik, com apresentações na Alemanha e na Áustria.
Em 1999, criou com Beto Bianchi e Vítor da Trindade o trio Revista do Samba, com quem gravou cinco álbuns: Revista do Samba (Traumton Records, 2002 – Alemanha – e Rob Digital, 2003 – Brasil), Outras Bossas (Traumton Records, 2004), Revista Bixiga Oficina do Samba (Atração Fonográfica, 2006 – Brasil – projeto patrocinado pela Petrobras), Hortênsia du Samba (Les Disques Bien, 2011 – em parceria com a banda francesa Tante Hortense), e Samba do Revista (Tratore, 2014 – projeto autoral realizado através do ProAC SP). O trio se apresentou no Brasil e em festivais na Europa, Estados Unidos, Oriente Médio, Ásia e África, com destaque para APAP (Nova York – EUA), Stimmen (Alemanha), Val Latina e Parque La Villete (França), Minta (Tel Aviv – Israel), World of Performing Arts Festival (Lahore – Paquistão), Festival Mawazine e Festival des Musiques du Désert (Rabat e Saara – Marrocos), e Brazilian All Stars Festival e Coffee Festival (Seul e Gangneung – Coreia do Sul).
Escreveu e dirigiu Das Paredes, espetáculo que teve experimento virtual exibido em março 2020, temporada no Sesc Pinheiros em 2023 e no Teatro Oficina em 2024 (SP), com equipe toda formada por mulheres incríveis. Produziu em 2019 e 2020, com o Centro de Memória do Circo, o evento Festim Antropofágico, com artistas do Circo, do Teatro e da Música.
Desde 1999 integra a Companhia Teatro Oficina Uzyna Uzona, de José Celso Martinez Corrêa, com a qual já se apresentou em diversas cidades brasileiras e ainda na Alemanha, Croácia, Portugal e Bélgica, e participou dos espetáculos:
- Bacantes, de Eurípedes;
- Ham-Let, de Shakespeare;
- Os Sertões, adaptação do clássico de Euclides da Cunha;
- O Banquete, adaptação do clássico de Platão;
- Estrela Brazyleira a Vagar, Cacilda!!, de José Celso Martinez Corrêa;
- Taniko, de Zeame;
- Macumba Antropófaga, a partir de Oswald de Andrade;
- Mistérios Gozósos, a partir de Oswald de Andrade;
- Odisseia Cacildas, de José Celso Martinez Corrêa;
- Acordes, de Bertolt Brecht; (todas com direção de José Celso Martinez Corrêa)
- Cypriano e Chan-ta-lan, de Luís Antônio Martinez Corrêa e direção de Marcelo Drummond;
- Mutação de Apoteose, uma releitura de canções d’Os Sertões;
- Rasga Coração, devoração pelo Oficina de parte da obra de Villa-Lobos
Recebeu o Prêmio Shell de Teatro 2003 – Música, ao lado de outros compositores, pelo trabalho em Os Sertões – A Terra (direção de José Celso Martinez Corrêa) e foi indicada no ano seguinte ao Prêmio Shell de Teatro 2004 – categoria especial, pela Direção e Percepção Musical do Coro no espetáculo Os Sertões – O Homem – do nascimento à revolta.
Sua estreia no teatro em São Paulo foi cantando na peça I Love – Maiakovski e Lili Brik, direção de Beatriz Azevedo, com quem depois trabalhou na Ópera Urbana Zucco, com tradução sua do texto de Bernard-Marie Koltès (Teatro de Bernard-Marie Koltès – Editora Hucitec, 1995). Fez, ainda, a direção musical dos espetáculos O Fantasma do Circo, de Verônica Tamaoki, e Retábulo da Avareza, Luxúria e Morte com o grupo Os Satyros, com direção de Rodolfo García Vázquez.
Em 2015 e 16, trabalhou na criação do Bloco Pau-Brasil, musicando e encenando poemas de Oswald de Andrade. O bloco saiu em cortejo pelas ruas do Bixiga, integrando a programação oficial do Carnaval de Rua de São Paulo de 2016. É também puxadora do Bloco da Cambinda, no Embu das Artes (SP), desde 2011.
Tem dois livros lançados pela Giostri Editora: “Então é isso?!” (2016), de contos, e O Coro Antropófago no Bixiga (2023), resultado de seu trabalho de Mestrado.
Em 2020 foi uma das 170 selecionadas – entre 12.000 inscrições – do edital Arte como Respiro – Literatura – do Itaú Cultural, com um conto curto sobre o momento pandêmico.
Traduziu também do francês Boris Vian, Guillaume Apollinaire, Alfred Jarry e Pierre Louÿs.
*foto Jennifer Glass – personagem Autônoe em Bacantes com o Teatro Oficina.