"DAS PAREDES": UM CABARÉ DELIRANTE DE
TIJOLAS LIBERTÁRIAS CANTANDO E DERRUBANDO PAREDES
TEXTO E DIREÇÃO: LETÍCIA COURA
Mistura de teatro, música, poesia e cinema, o espetáculo Das Paredes tem linguagem musical e bem-humorada, em um texto que fala das Paredes: das que já vieram prontas, das que criamos todos os dias, das que constroem para nós e por nós. O lugar da mulher [nessas paredes]. Os tabus viram tótens nesse flerte com o absurdo que coloca as mulheres como TijolAs de uma parede firme e aparentemente intransponível.
Os trechos da dramaturgia funcionam como espelhos de situações cotidianas e/ou absurdas. Tudo acontece sob a ótica de 4 tijolos que discutem seu papel indispensável – ou não – na parede e como encarar as angústias de tijolo, tornar essa prisão mais visível, palpável, discutível.
Toda a equipe é formada por mulheres. São as TijolAs-protagonistas, que atuam em cena e nos bastidores e discutem que Paredes são essas, e como derrubá-las. Toda a ficha técnica tem em comum o trabalho realizado em parceria em alguma montagem do Teatro Oficina e outros ao longo dos últimos anos, em diferentes espetáculos.
A música é elemento essencial e inseparável do texto, com um repertório em sua quase totalidade original e composto pelas atrizes compositoras especialmente para o espetáculo. E é também personagem, surgindo das atrizes e seus instrumentos como possibilidade de libertação da parede. A música é o texto, o texto é música, e as artistas atuadoras são a ponte viva pulsante entre as linguagens.
O projeto abre uma janela nessas paredes fechadas, uma possibilidade de investigação artística sob uma ótica feminina, em contraponto ao domínio patriarcal que está na estrutura de todas as esferas do nosso dia a dia.
SINOPSE
Uma parede é a personagem principal. Quatro cantoras/atrizes/ instrumentistas incrustadas nela viverão diferentes situações que descortinarão suas diferentes maneiras de perceber – ou não – a parede que as aprisiona.
O espetáculo é dividido em cenas que abordam os diferentes tabus, armadilhas muitas vezes difíceis de detectar justamente pelas ‘paredes’ construídas ao longo de tantos anos de patriarcado, sociedades altamente hierarquizadas, com um deus único e masculino, construídas sob o paradigma binário homem / mulher, cabendo a esta sempre a posição inferior. Relembrando o que disse o poeta Maiakovski, é mais difícil mudar um homem do que o sistema de governo de um país. Seria mais fácil mudar uma mulher?
FICHA TÉCNICA
DAS PAREDES
Música e atuação: Chiris Gomes, Letícia Coura, Nash Laila, Tetê Purezempla e Maria Bitarello
Música e atuação em vídeo: Nana Carneiro da Cunha
Produção musical: Tetê Purezempla
Operação de som: Camila Fonseca
Direção de arte: Cris Cortilio
Assistente: Enzo Nico
Cenotécnico: Magosh e Marcos Mol
Figurino e adereços: Gabriela Campos
Assistente: Marília Piraju
Costureira: Judite Lima
Iluminação e operação de luz: Lúcia Galvão
Criação de vídeo e vídeo instalação: Ciça Lucchesi
Operação de vídeo: Igor Marotti
Fotografia: Cassandra Mello, Júlia Sá Earp, Maria Bitarello e Nana Carneiro da Cunha
Produção gráfica: Brenda Amaral e Ciça Lucchesi
Comunicação: Brenda Amaral
Produção: Bia Fonseca
Assistente de produção: Paloma Rodrigues
Preparação corporal: Mônica Bernardes
Texto e direção: Letícia Coura
Composições: Chiris Gomes, Letícia Coura, Maria Bitarello, Nana Carneiro da Cunha, Tetê Purezempla, Chico Paes, Helena Portela, José de Sá Roriz, Octávio Camargo e Bloco da Alcova; citações de Schumann, Fernando Pessoa e Pierre Louys.
ou
composições:
. Das Paredes (Letícia Coura)
. Vulva na Água (tradução e música de Maria Bitarello e Letícia Coura a partir de "Chansons Secrètes de Bilitis", de Pierre Louys)
. Alcova Libertina (Rafael Ludicanti, Humberto Mundim, Rafael Fares, Bruno Leal Medeiros, Marcos Sarieddine, Jana Macruz e Thiakov)
. Bolero das Esmagadas (Letícia Coura. Saudade (Chiris Gomes e Octávio Camargo)
. Balada da Velha (música de Tetê Purezempla para texto de Letícia Coura)
. A Criança que Fui (música de Chiris Gomes e Letícia Coura para trecho do poema "A Criança que Fui Chora na Estrada", de Fernando Pessoa)
. Tupi (Letícia Coura)
. Uma Tijolá (Nana Carneiro da Cunha e Letícia Coura)
. Vida de Tijolo e Vida Humana (variações de Chiris Gomes, Letícia Coura, Nana Carneiro da Cunha e Tetê Purezempla sobre "Chiarina" de Schumann)
. Tentei Contar as Estrelas do Céu (Chico Paes, Octávio Camargo, Helena Portela e Chiris Gomes)
leituras a partir de trechos de “Rútilo Nada”, de Hilda Hilst.
AGRADECIMENTOS DAS PAREDES
Ayla Alencar
Beco Lettière
Bloco da Alcova
Cacau Rhoden
Casa 1
Casa Livre
Centro de Memória do Circo
Chico Paes
Eloi Fernandes
Espaço Viver Studio e Teatro da Dança
Engº Jorge Andrade SAE Engenharia
Giba
Giordano Bruno Gasperin
Guilherme Calzavara
José Maria
Juliana Perdigão
Márcia Perez
Márcia Tiburi
Nana Carneiro da Cunha
Octavio Camargo
Pauline Leprince
Rafael Matede
Rick Castro
Vera Valdez
Verônica Tamaoki
Vítor da Trindade
Yasna Yanes