Tradição – Vai no Bixiga pra ver

Tradição – Vai no Bixiga pra ver (samba de Geraldo Filme)

show de lançamento do álbum Revista Bixiga Oficina do Samba no Teatro Oficina – 2006 – com Revista do Samba e Movimento Bixigão – foto Maurício Shirakawa

Geraldo Filme em entrevista ao programa Ensaio da TV Cultura em 1992:

“o Bixiga é um bairro que me adotou, e eu adotei o Bixiga.  Eu gosto da vida daquela gente.  Eles trabalham de dia pra cantar à noite e comer.  Sinto no Bixiga um pedaço de chão independente.  É onde reina a alegria, onde estão todos os teatros, as casas noturnas.  No Bixiga tudo é festa e o samba não deixa de marcar sua presença lá”.

Quando Raquel Trindade, pintora, pesquisadora, professora de danças populares e filha do poeta Solano Trindade, propôs o enredo Solano Trindade – O Moleque do Recife à Escola de Samba Vai Vai em 75, Geraldo Filme quis compor o samba para homenagear o amigo.  Segundo Fernando Penteado, presidente da Ala dos Compositores da escola, o enredo que poria em prática palavras do poeta, “pesquisar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte”,  já entrou como hors-concours, não precisando passar pelo processo normal de seleção da escola.  Mas a Vai Vai tem uma norma, só podem concorrer para a escolha do samba-enredo do ano os membros da Ala de Compositores da escola, e Geraldão da Barra Funda, como era conhecido até então, não fazia parte.

E o que fazer para entrar na ala dos compositores?  Primeiro, compor um samba exaltando a escola. Hum. Geraldão sumiu e todos pensaram que haviam perdido a oportunidade de ter um samba de Geraldo Filme na avenida.  Dali a pouco começam a cantar no bar da dona Odete, ali ao lado da quadra: “quem nunca viu o samba amanhecer…”  e Geraldo foi aceito como compositor da escola, concorreu com seu samba, e foi o compositor do samba-enredo de 1976 da Vai Vai.

É com este samba, TradiçãoVai no Bixiga pra ver, hoje o Hino do Vai Vai, que são abertos todos os ensaios da escola. E é ele que se canta quando a escola se posiciona pra entrar na avenida.

gravação no estúdio Cachuera! – foto de Maurício Shirakawa

ficha técnica gravação:

Beto Bianchi > violão | Letícia Coura > cavaquinho e voz

Participações especiais > Carlos Caçapava > arranjo de percussão

Percussão e Coro Bixigão > Aneliê Schinaider > surdo médio e coro |  Binha > tamborim e coro | Carolina Almeida > surdo de base, tamborim e coro | Isabela Santana  > ganzá e coro | Jéssica dos Santos > surdo agudo | Lady Glória > surdo médio e coro | Laene Santana > ganzá e coro | Mariana > caixa e coro | Monique Salustiano > surdo agudo | Talita > tamborim e coro | Xandy > agogô e coro

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